19 de março de 2013
O futuro será manufaturado. Por você, diretamente da sua casa, graças à máquinas como impressoras 3D.
Essa é a visão que o inglês Chris Anderson, 51, um dos principais pensadores da era digital, defende em sua obra mais recente, “Makers – A Nova Revolução Industrial”, e na entrevista que deu à Folha, por telefone.
Autor de dois livros –“A Cauda Longa” (2006) e “Free” (2009)– que lançaram ideias bastante influentes sobre o futuro da web, o ex-editor-chefe da prestigiada revista “Wired” deixou seu antigo emprego em novembro passado para se dedicar a sua companhia, 3D Robotics.
Nela, dedica-se a outro futuro em que acredita: o dos drones, espécie de robôs aéreos dotados de câmeras e controlados à distância, que cumprem diversas funções.
Folha – O sr. defende que a próxima revolução virá da manufatura digital. Por quê?
Chris Anderson – É o que acontece quando o modelo de inovação da web encontra a grande indústria. O mundo muda não por causa da tecnologia, mas das pessoas que a utilizam. Quando novas tecnologias se espalham, elas se democratizam, chegam às mãos das pessoas comuns. Se você democratiza algo poderoso como a manufatura, tem uma explosão de criatividade, novas companhias, novos produtos, inovação mais rápida. Foi o que aconteceu há 40 anos com o PC, há 20 anos com a internet. Essa nova revolução industrial será maior do que a web.
Quais são as limitações atuais da impressão 3D?
A situação é parecida com a de 1985, quando tínhamos impressoras industriais com grande resolução, mas, para desktop, tínhamos apenas as matriciais. Hoje a indústria tem impressoras 3D que conseguem imprimir em altíssima resolução usando vidro, aço, ouro, todo tipo de material incrível. É possível imprimir até comida, órgãos humanos feitos com células vivas. Enquanto isso, as de uso doméstico têm resolução baixa e trabalham com plástico. Mas as impressoras atuais estão ficando melhores mais rapidamente do que as de 1985. Impressão 3D multicolorida, de alta resolução, em material condutor, isso será real antes do fim da década.
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